quinta-feira, maio 27, 2004

A uma mãe que sonhou...

Sonhaste uma vida melhor para o teu filho.
Desejaste-lhe as maiores venturas.
Viste-o crescer ao lado de outros meninos menos pobres e sentiste-te filha de deuses injustos.
Escondeste as tuas lágrimas de revolta para que ninguém te acusasse de hipocrisia.
Nunca deixaste que o teu filho se sentisse menos que os seus amigos e tudo fizeste para que ele fosse um cidadão igual aos outros.
Lutaste contra um destino amargo e avaro.
Enfrentaste os dias da fome, transformando as migalhas em pão repartido.
Arregaçaste as mangas e procuraste soluções sem mendigares esmolas.
Lembro a festa de aniversário dele... não quiseste que ele se sentisse diferente dos outros meninos e apareceram os saquinhos dos doces para os amigos. Tal como os amigos fazem. Com pais menos pobres.

Ceifaram-te os sonhos, Fátima Chipelo.
Roubaram-nos uma criança.
Assassinaram uma esperança.
Não esqueceremos.
Não calaremos.
A solidariedade talvez seja uma palavra gasta de tanta hipocrisia submissa... de todos nós.

segunda-feira, maio 17, 2004

Mais da aldeia

Mais um filho da terra. Ok... este não é um blog... mas é da terra. Não dá? Eu acho.

Outra da terra, também... mas fora da terra. Também dá.

Outra ainda... esteve fora mas regressou... isto está animado, está...

E, ainda... os recortes sobre a aldeia...



Coisas de Blogs

Faça-se justiça!
Aqui deixo a minha homenagem ao excelente trabalho do catrazana Januário. Ele está ali mesmo ao lado na Santa Terrinha. Para além de fixar alguns belos momentos desta terra, também tem uma escrita agradável e correctíssima.
Nunca mencionei este Blog da Murtosa, simplesmente porque nem imaginava que seria dele... eu sei... sou muito distraído nestas coisas e passo as noites sempre em casa... coisas de velhos.

Há uma outra incipiente tentativa de arranque de Blog na aldeia, mas perdeu o ânimo ou as teclas...
E há outros escondidos atrás de outros nomes e outras moradas. E há leitores nos quatro cantos da diáspora murtoseira. Alguns até são benfiquistas. Outros, nem por isso.

E, como diria um ilustre da aldeia: "andam aí uns tipos com uns blogs... ninguém sabe o que querem nem aonde querem chegar...".
Caríssimo preocupado: não andes a ver inimigos onde eles não existem... olha que foi assim que começou o Bush, rapaz... ninguém te quer a cadeira. Nem ontem, nem hoje, nem nunca. :-)

Bem... a todos um abraço de incentivo e continuemos a chagar o povo.
Só assim seremos um serviço público com livro de reclamações sempre aberto.

domingo, maio 16, 2004

Parabenizações

Parabéns ao Benfica por, este ano, ter levado a folheta.
Parabéns ao povo que não andou (todo) à pancada por causa da bola.
Parabéns ao Madaíl que condecorou toda a gente que lhe passou à frente.
Parabéns ao major por ter tido vergonha de sair de casa.
Parabéns ao Pinto da Costa por ter levado a filha ao futebol :-) ...

Futebolismo Nacional

Enquanto houver calor e futebol andamos todos bem em Portugal. A TV está cheia de futebol, quer de vivos, quer de mortos... só lhes falta entrevistar a relva do campo e pedir-lhe opinião sobre a matéria.
Dizia o Raul Vaz, ilustre murtoseiro jornalista, que metade de Portugal está na prisão e a outra metade no desemprego mas, para quem olhar para a TV, só vê gente feliz sem lágrimas. Ficamos sem o dinheiro do bilhete, sujeitamo-nos a apanhar umas bordoadas da PSP, a nossa equipa perde ou ganha. Gritamos a plenos pulmões, insultamos tudo e todos à nossa volta. Aplaudimos os nossos heróis. Pensamos estar mais perto dos deuses. E eles ignoram-nos. Passam incólumes. Passam mais ricos. Passam por nós resguardados pela PSP que nós pagamos com os nossos impostos. Passam sem pagar esses impostos. São deuses do relvado.
Levamos todos os nossos sonhos para o estádio e deixamos tudo em casa. Regressamos cansados e reabrimos a porta à realidade.
Os deuses, afinal, não existem.

Estéticas

Um novo visual quando a Primavera nos começa a agradar um pouco mais...
Ainda tenho algumas dúvidas em abandonar o Blogger em favor do Sapo. Nunca gostei muito de sapos, muito menos de sapos que se vendem por tuta e meia... assim, vou ficando pelo menos nacional e metendo e tirando as cores e os fundos que eles nos vão permitindo.

quinta-feira, maio 06, 2004

Livre arbítrio

Eis que me perco nos corredores da memória em busca de tempos perdidos por outros que já fui...
Como seria tudo mais fácil se pudessemos fazer um reset às vidas que deixámos em favor de outras ou, melhor ainda, se pudessemos fazer backups selectivos a essas vidas e guardá-las em CD's para futura utilização...
Seria tudo mais fácil, mas seria tudo menos responsável.
Assumimos a vida que escolhemos e os backups de nada nos servem. As vidas deixadas nas encruzilhadas por que passámos apenas nos mostram a nossa possibilidade de optar e de escolher de livre vontade. Não precisamos de ficar nervosos ao compararmos as nossas opções com as dos outros.
São opções.
Nossas.
Livres.
Humanas.