domingo, fevereiro 29, 2004

Bissextos (ii)

Continuo com a crise bissexta...
Ao olhar as estantes dos livros, revejo as lombadas de alguns que me passaram pelos olhos e as dos outros que pacientemente esperam por esse momento de comunhão. A crise alastra-se, mesmo com o frio, alastra-se e insinua-se por entre as poeiras das memórias dessas lombadas...
viver para contá-la
boa tarde às coisas aqui em baixo
don quijote de la mancha
rosa do mundo
a odisseia
os espaços em branco
equador
... e tantos outros que vão esperando nova visita mais atenta e demorada...
Esta doença da procrastinação faz os seus regressos de quando em quando, num ritmo bem mais que bissexto...
Talvez a única hipótese seja ir para o governo... sempre haveria mais tempo livre...

Agora vou ouvir Evanescence... o resto faço depois.

Bissextos

Ando numa crise bissexta.
Só daqui a outros 4 anos poderei repetir esta façanha... por isso forço-me a escrever algumas palavras neste 29 de Fevereiro, convencionado pelos homens.
Com a chegada a Marte, as coisas relativizaram-se e andamos a ver os nossos dias à luz dos “sol” marcianos.
Dá jeito ter um padrão diferente dos nossos. Também dava jeito compreender os padrões dos outros sem sair deste planeta.

Hoje vou ouvir a Sarah Mclachlan...

segunda-feira, fevereiro 09, 2004

Legal & Moral ?

De mãos estendidas, andamos em busca de soluções para tantos problemas sociais. As crianças, que tanto nos afligem o sono e o descanso, deixando pouco espaço para outras tantas preocupações, por vezes tornam-se espinhos cravados no flanco da nossa sociedade. Ultimamente têm andado nas ribaltas de tantos meios de comunicação ávidos de escândalos sangrentos. Mas... há outros escândalos menos gritantes, mas não menos sangrentos.
Haverá algum órgão de comunicação que tenha analisado o funcionamento das Comissões de Protecção de Crianças e Jovens dos diversos municípios que compõem este ocidente europeu?
Vejamos:
O Orçamento do Estado transfere para os cofres das autarquias qualquer coisa como 1.246,49 Euros por mês para o funcionamento das ditas comissões e, segundo o protocolo, essa verba deve ser gasta em despesas correntes de água, electricidade, impressora, computador, telefone, fax, combustível, mobiliário... nada de recursos humanos.
Ora, aqui haverá duas vias possíveis:
1. a do estritamente legal: a autarquia absorve essas verbas e imputa-as a várias rubricas orçamentais do POC-AL, reduzindo as suas próprias despesas correntes. É legal... mas é imoral.
2. a do estritamente moral: a autarquia absorve essas verbas e depois assume a despesa de contratar técnicos para acompanhar os casos mais graves da CPCJ local. É moral... e é legal.
Mas... alguém consegue destrinçar quais as que são morais e quais as que, sendo legais, nada fazem?
Seria interessante pensar e analisar isso... é que é dinheiro que eu desconto do meu ordenado todos os meses e que apenas serve para encher os depósitos dos carros das autarquias... e as crianças ficam sem ajuda, com fome, com maus tratos, piolhos, pulgas, sarna... eu sei do que falo.
Acreditem.
Na minha aldeia é isso que se passa.
Legal, sem dúvida.
Mas muito imoral.
Assim, não!