segunda-feira, dezembro 24, 2007

O Natal...

De cinco em cinco minutos o telemóvel vibra com nova mensagem.
A caixa de correio electrónico recebe inúmeras mensagens de votos natalícios e de prosperidade futura.
Nas ruas, desejamos “Boas Festas!” por quem passamos e, a uma ou outro, desejamos um “Feliz Natal!” mais sentido.
Mais um Natal que passará.
Perdura-me na memória o natal de outros pessoas, principalmente daquela amiga que, do alto dos seus quase oitenta anos, tem que cuidar do marido doente e reduzido a um monte de ossos e carne, com ele convivendo todos os dias, cada dia e que, apesar de todo esse sofrimento, dela e dele, consegue transmitir calor e esperança a todos os que têm uma vida bem mais confortável e menos sofrida que a sua.
Será isso o Natal?
Sê-lo-á, certamente e nunca quando um homem quiser.

Um Feliz Natal!

Jesu, joy of man's desiring,
Holy Wisdom, Love most bright;
Drawn by Thee, our souls, aspiring,
Soar to uncreated light.
Word of God, our flesh that fashion'd,
With the fire of life impassion'd,
Striving still to truth unknown,
Soaring, dying, round Thy throne.
Through the way where hope is guiding,
Hark, what peaceful music rings!
Where the flock, in Thee confiding,
Drink of joy from deathless springs.
Theirs is beauty's fairest pleasure;
Theirs is wisdom's holiest treasure.
Thou dost ever lead Thine own
In the love of joys unknown.

terça-feira, novembro 13, 2007

Do Arsélio



Recebeu o prémio, com um sorriso humilde e habitual para quem com ele convive.
Dos anos de trabalho com ele, tento usar todos os dias o muito que me ensinou:
- a compreensão
- a humanidade
- a dignidade
- a exigência
- a humildade
- a paciência
Ao Arsélio o maior prémio que se lhe pode dar é chamar-lhe "Professor": aquele que
crê sempre no que proclama, ensina o que crê e vive o que ensina.

Prémio Nacional do Professor

Arsélio de Almeida Martins, professor de Matemática na escola secundária José Estêvão, em Aveiro, recebeu hoje o Prémio Nacional do Professor, um galardão atribuído pela primeira vez para distinguir "aqueles que contribuem de forma excepcional para a qualidade do sistema de ensino".
O júri considerou o docente como "um exemplo de cidadania e um mestre no verdadeiro sentido do termo".
Membro da Sociedade Portuguesa de Matemática, da sua congénere europeia e da associação de professores da disciplina, Arsélio Martins foi também formador de docentes, tendo participado na revisão dos programas de Matemática, desde 1995.
"Penso que sou um professor comum. O que me diferencia é sobretudo a participação cívica de que nunca abdiquei", declarou aos jornalistas.
“O reconhecimento do país é muito importante para a valorização do mérito e da excelência no ensino. É importante para que na memória dos portugueses se fixe uma galeria de figuras exemplares na educação que alimente o nosso orgulho colectivo, como acontece na literatura, no desporto, na música, na ciência e em muitos outros domínios", salientou a ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues.

sexta-feira, outubro 05, 2007

Do arranque

Estamos com 30 dias de actividades no novo ano lectivo e já se poderá fazer um ponto da situação, com alguma calma e objectividade.
É pacífico dizer que, no que ao Ministério da Educação diz respeito, já não havia memória de um “arranque” tão sereno e atempado. O corpo docente está muito mais estabilizado, as colocações foram todas efectuadas dentro dos prazos prometidos, não houve erros que se pudessem apontar ao processo de concurso e as escolas arrancaram dentro dos prazos previstos.

Porém, as escolas lutam com graves dificuldades no campo da educação especial. Por força de decisão superior, os alunos com necessidades educativas especiais de carácter prolongado foram obrigados a permanecer na escola a tempo inteiro, ficando-lhes vedadas as portas das instituições especializadas neste tipo de trabalho, como as CERCI’s. Assim, alunos portadores de trissomia 21, paralisia cerebral – desde que sem problemas de locomoção – viram-se “integrados” em turmas e sem apoio de pessoal auxiliar. As turmas ficam com 20 alunos que nada fazem na aula, porque uma criança com trissomia 21 não deixa que ninguém possa trabalhar pois os seus comportamentos são inesperados e incontrolados, descontrolam a concentração dos restantes alunos, provocam prejuízos na sala e servem de atracção especial para os alunos.

Creio que o Ministério não pensou nesta realidade, tão apaixonado que está pela ideia de “inclusão”, ignorando que esta inclusão exige pessoal em número suficiente e com preparação capaz de dar resposta a estas situações que acontecem em cada minuto e sem qualquer momento de paragem. Os docentes do ensino especial colocados nas escolas não chegam para as necessidades existentes e já trabalham muito para além daquilo que o ministério deles exige.

Será urgente que o Ministério repense esta questão e corrija a mão, quantos antes, para bem destas crianças que já não se sentem incluídas em coisa nenhuma que não seja a rejeição dos seus colegas e a irritação dos pais das crianças que têm que conviver com estes comportamentos diários.

Dos reis

Houve um tempo de paragem no blog... nada de grave, apenas necessidade de parar para tratar de outras coisas mais interessantes.
Hoje, feriado dos reis, já apetece regressar aos textos.
As minhas desculpas pelo intervalo... os feriados ajudam a empurrar as teclas para estes lados.

quarta-feira, abril 25, 2007

Shakespeare

As obras de Shakespeare passaram a estar disponíveis para o mundo as poder ler e apreciar. Um projecto que vem ajudar a justificar a existência da internet. Para quando as obras completas de alguns dos grandes portugueses?

terça-feira, abril 24, 2007

Afinal...

Parece que a Universidade Independente está safa... O Professor Alberto João Jardim, seu ilustre docente, irá salvar a situação com as suas muitas condecorações, pois possui as seguintes: Grã-Cruz da Ordem do Infante; Comenda de Benemerência da Cruz Vermelha; Grã-Cruz da Ordem de Francisco Miranda da República da Venezuela; Grã-Cruz da Estrela Polar da Suécia; Medalha "Pro Merito" do Conselho da Europa; Cavaleiro Honorário da Ordem Bizantina do Santo Sepulcro; Medalha de Honra da Cidade do Funchal; Colar de Honra do Município de S. Vicente; Medalha de Honra do Município de Santa-Cruz; Medalha de Serviços Distintos da Liga dos Bombeiros Portugueses; e ainda a Orden don Ricardo Monitlla, Orden Juan Guilhermo Irribarren, Orden Saurau de Aragua, Orden Jacinto Lara, Orden Comunidad del Municipio de Chacao, estas todas de Venezuela.
Se isto não safar a UNI, então nada mais a poderá salvar.

Vésperas

Já se andam a acender as 33 velas...
Outros querem ir ao cemitério...
No fundo, é uma questão de cera.

Semana da Leitura...

Com o esforço do governo, Portugal, diz-se, tem mais 3 milhões de leitores.
Com tanta gente impressionada com os diplomas uns dos outros, seria bom apostar mais ainda no esforço de promover a leitura: descida do IVA nos livros e nas publicações periódicas, oferta de deduções fiscais às editoras que ofereçam livros às escolas, entre outras ideias simples.
De qualquer modo, o melhor é continuar a leitura.

Este blog regressou das caríbas

terça-feira, janeiro 23, 2007

Cartas Educativas

Estamos numa fase de “Cartas Educativas”.

Trata-se de um documento de profundo interesse para o futuro da educação em cada um dos Concelhos deste país. Deliberou-se “autarquizar” uma boa parte do nosso sistema educativo. Infelizmente, como sempre, ninguém consultou as escolas. Refugiaram-se em gabinetes, ligaram-se à Internet, copiaram o que puderam, imprimiram umas centenas de folhas e apresentaram o documento. Ei-lo! Pronto a ser analisado e votado por uma maioria desconhecedora da realidade das escolas, por pessoas que nem têm filhos, por pais que nunca vão à escola, por pessoas com reduzida escolaridade.

As escolas – professores, alunos, não docentes, pais - foram esquecidas.

Preconizam-se encerramentos de escolas e a criação de centros escolares como quem discute a planificação de uma horta. As estatísticas são o cerne destes documentos e enchem-se páginas com gráficos e tabelas que apontam o dedo ao passado para o condenar no futuro. A ânsia das autarquias é mostrar “obra”, gastar muito dinheiro em edifícios novos para serem inaugurados.

As comunidades foram ignoradas nestas análises técnicas e sempre que se questiona o futuro dos edifícios que ficarão abandonados, vai-se titubeando a cantiga populista de que o edifício será sempre útil para a comunidade. Como? Que cultura estamos nós a tentar criar ao subtrair todos os alunos às suas comunidades e a inseri-los numa terra de ninguém a que vamos chamar “Centro Escolar” ?

Não será defensável que tal deslocação represente apenas perigos ou perdas de identidade. O que irá provocar, a curto prazo, será o empobrecimento das pequenas comunidades onde vivem as escolas e a criação de problemas cuja magnitude será difícil de gerir. A aglomeração de todos os alunos – como se preconiza na Carta Educativa do nosso Concelho – num único local, por muitos recursos que sejam criados, por muitos edifícios que se construam, será sempre um erro estratégico para o reforço da importância de cada freguesia e para a construção das comunidades locais.

Cada lugar tem uma circunstância própria, a sua idiossincrasia. Essas diferenças constituem a riqueza de um povo. Deveria ser responsabilidade da Câmara Municipal o reforço dessa riqueza e a defesa da sua continuidade. Este esforço deveria ter raiz na escola existente nessas comunidades, crescer na comunidade e expressar-se nas suas realizações culturais, desportivas, recreativas. Não é o reforço de um bairrismo cego e ignorante, mas a defesa e melhoria de uma cultura local diferenciada.

Será bem mais inteligente e sustentável a criação de 3 núcleos distintos e complementares: o núcleo da Torreira, que já existe e tem uma Escola Básica Integrada; o núcleo da Murtosa/Pardelhas, com a transformação da actual Escola Básica e Secundária em Escola Básica Integrada; o núcleo do Bunheiro/Monte, com a criação de outra Escola Básica Integrada. Como se prevê que a curto prazo o ensino obrigatório passe para 12 anos, todos estes núcleos deverão já prever esta exigência. Creio que o investimento será menor do que o que implica o Centro Escolar previsto no actual documento orientador, e será uma solução muito mais sustentável e fácil de gerir ao longo das próximas gerações.

Com a construção das piscinas municipais, agregadas ao Parque Municipal, e a futura Biblioteca Municipal, o passo seguinte será a integração destes equipamentos nos Projectos Educativos dos 3 núcleos escolares da Murtosa, permitindo a partilha de realidades culturais entre os alunos destas escolas, a implementação de jogos, prémios, actividades comuns, bem como sessões de trabalho entre os professores do Concelho e muitas outras possibilidades de melhoramento pessoal de todos os murtoseiros, pois as escolas deverão estar abertas a todas as pessoas, a todo o tempo, e devem liderar acções de promoção de cada pessoa, desde a qualificação escolar à oferta de meios e espaços de cultura e conhecimento.