terça-feira, janeiro 23, 2007

Cartas Educativas

Estamos numa fase de “Cartas Educativas”.

Trata-se de um documento de profundo interesse para o futuro da educação em cada um dos Concelhos deste país. Deliberou-se “autarquizar” uma boa parte do nosso sistema educativo. Infelizmente, como sempre, ninguém consultou as escolas. Refugiaram-se em gabinetes, ligaram-se à Internet, copiaram o que puderam, imprimiram umas centenas de folhas e apresentaram o documento. Ei-lo! Pronto a ser analisado e votado por uma maioria desconhecedora da realidade das escolas, por pessoas que nem têm filhos, por pais que nunca vão à escola, por pessoas com reduzida escolaridade.

As escolas – professores, alunos, não docentes, pais - foram esquecidas.

Preconizam-se encerramentos de escolas e a criação de centros escolares como quem discute a planificação de uma horta. As estatísticas são o cerne destes documentos e enchem-se páginas com gráficos e tabelas que apontam o dedo ao passado para o condenar no futuro. A ânsia das autarquias é mostrar “obra”, gastar muito dinheiro em edifícios novos para serem inaugurados.

As comunidades foram ignoradas nestas análises técnicas e sempre que se questiona o futuro dos edifícios que ficarão abandonados, vai-se titubeando a cantiga populista de que o edifício será sempre útil para a comunidade. Como? Que cultura estamos nós a tentar criar ao subtrair todos os alunos às suas comunidades e a inseri-los numa terra de ninguém a que vamos chamar “Centro Escolar” ?

Não será defensável que tal deslocação represente apenas perigos ou perdas de identidade. O que irá provocar, a curto prazo, será o empobrecimento das pequenas comunidades onde vivem as escolas e a criação de problemas cuja magnitude será difícil de gerir. A aglomeração de todos os alunos – como se preconiza na Carta Educativa do nosso Concelho – num único local, por muitos recursos que sejam criados, por muitos edifícios que se construam, será sempre um erro estratégico para o reforço da importância de cada freguesia e para a construção das comunidades locais.

Cada lugar tem uma circunstância própria, a sua idiossincrasia. Essas diferenças constituem a riqueza de um povo. Deveria ser responsabilidade da Câmara Municipal o reforço dessa riqueza e a defesa da sua continuidade. Este esforço deveria ter raiz na escola existente nessas comunidades, crescer na comunidade e expressar-se nas suas realizações culturais, desportivas, recreativas. Não é o reforço de um bairrismo cego e ignorante, mas a defesa e melhoria de uma cultura local diferenciada.

Será bem mais inteligente e sustentável a criação de 3 núcleos distintos e complementares: o núcleo da Torreira, que já existe e tem uma Escola Básica Integrada; o núcleo da Murtosa/Pardelhas, com a transformação da actual Escola Básica e Secundária em Escola Básica Integrada; o núcleo do Bunheiro/Monte, com a criação de outra Escola Básica Integrada. Como se prevê que a curto prazo o ensino obrigatório passe para 12 anos, todos estes núcleos deverão já prever esta exigência. Creio que o investimento será menor do que o que implica o Centro Escolar previsto no actual documento orientador, e será uma solução muito mais sustentável e fácil de gerir ao longo das próximas gerações.

Com a construção das piscinas municipais, agregadas ao Parque Municipal, e a futura Biblioteca Municipal, o passo seguinte será a integração destes equipamentos nos Projectos Educativos dos 3 núcleos escolares da Murtosa, permitindo a partilha de realidades culturais entre os alunos destas escolas, a implementação de jogos, prémios, actividades comuns, bem como sessões de trabalho entre os professores do Concelho e muitas outras possibilidades de melhoramento pessoal de todos os murtoseiros, pois as escolas deverão estar abertas a todas as pessoas, a todo o tempo, e devem liderar acções de promoção de cada pessoa, desde a qualificação escolar à oferta de meios e espaços de cultura e conhecimento.

domingo, dezembro 24, 2006

Bom Natal!

Aqui ficam os votos de um Natal em paz para todos os Murtoseiros de Um Murtoseiro.
Que sejam sempre bons para todos nós estes dias de família, alegria, partilha e amor e que nos deixem boas memórias pela vida fora.

sábado, outubro 14, 2006

Eles perderam o norte... e o centro...

Sempre me pareceu que o PS perdia a vergonha com a mesma facilidade com que o PSD sempre a perde...

A Federação Distrital de Coimbra do PS está furiosa com a ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, por esta ter substituído o líder da Direcção Regional de Educação do Centro (DREC), Carlos Jorge Gomes, por "uma senhora professora de Viseu", Engrácia Castro.

"Não terá o PS, em Coimbra, militantes de reconhecida competência para lugares de topo na DREC?", questionam os dirigentes socialistas, que criticam a ministra, também ela "independente", por não pedido a opinião do presidente da "distrital" e lançam duas perguntas "Para o Governo será proibido ser do PS? E ser do PS em Coimbra?".


Solução???
Acabem com a DREC.
Ninguém sabe para que serve.