Com a ligação da EB1 de Oriola, em Portel, as escolas portuguesas passaram a estar na cabeça da Europa no que concerne às ligações de Internet disponíveis por escola.
Mas só isso… e nem isso.
O Reino Unido há uns anos atrás andava a estudar a “National Grid for Educational Computing”, e nós estávamos a instalar ligações RDIS nas escolas secundárias de Portugal. Eles andavam a tentar perceber o que fazer nas escolas com os computadores, e nós estávamos a enterrar o projecto Minerva e a fazer nascer muitos outros projectos mais localizados nas escolas e a distribuir centenas de PC’s pelas escolas básicas e secundárias. Eles andavam a preparar um currículo nacional de TIC e nós andávamos a criar os cursos técnico-profissionais de informática.
Creio que nessas andanças fomos pioneiros e arrojados. Numa altura em que a França andava a distribuir uns computadores pequenos e sem futuro ou a instalar terminais de vídeo-texto (alguém se lembra deles???), Portugal andava a instalar PC’s IBM compatíveis nas escolas de norte a sul e a dar formação a milhares de professores através do Projecto Minerva.
Que falhou nisto tudo?
O elemento humano. Apenas.
Uma grande maioria de professores recebeu a formação, aprendeu novas tecnologias, aplaudiu e foi à sua vida. Ficou à espera que o ministério mantivesse as reduções de horas lectivas para continuar a ir às formações e a participar nos projectos novos. Não houve investimento pessoal sério nesta área.
Claro que muitos investiram em si próprios e foram avançando, mas foram sempre sendo apontados como “anormais” e estranhos, pois faziam coisas que os outros não sabiam fazer – já tinham visto ser feito numa das acções de formação, mas nunca mais acharam que isso tivesse a ver com a vida normal.
As escolas evoluíram bastante desde esses tempos relativamente recuados!
Hoje todas têm computadores bastante potentes, redes informáticas, acesso à Internet de forma livre e total. Os professores tiveram anos e anos de formação em aplicações informáticas e foram contactando com diversas respostas pedagógicas para as suas unidades didácticas apoiadas por tecnologia. Muitas escolas têm acessos wireless que permitem que os docentes e os alunos possam utilizar os seus portáteis nas salas de aula ou de trabalho.
Este panorama nem sempre é compreendido pela comunidade que dá muito valor à imagem mediática de quadros interactivos, mesmo sem saber da sua real utilidade. Os professores têm acesso a alguns recursos. Bastará que queriam investir algum do seu tempo na partilha de ideias e de métodos. Mesmo que o ministério não nos dê os computadores pessoais que andou a anunciar aos jornalistas. Mesmo que não tenhamos tudo o que sonhamos, bastará saber usar bem o que temos hoje.
terça-feira, janeiro 31, 2006
Linux por decreto ?
O dia de hoje, em Portugal, ficou marcado pela informática.
Em Lisboa, aterrou o William H. Gates e numa escola do Portugal profundo foi dado por terminado o grande esforço nacional de ligar todas as escolas à Internet via ADSL.
O Bill Gates veio assegurar mais 4 gerações de fiéis consumidores dos seus produtos. Ao oferecer-se para dar formação a tanto cidadão lusitano, irá criar mais um largo grupo de utilizadores das soluções Microsoft. Já não tem tanto a ver com o problema do sistema operativo, mas muito mais com o conjunto vasto de aplicações que cada vez mais gente utiliza de bom grado e com óptimos resultados.
Um grupo de pessoas tentou efectuar uma acção de protesto pelo monopólio do Windows, tentando forçar a ideia de que o monopólio do Linux é muito mais libertador.
Dá para rir… Nem o Steve Jobs defende essa ideia peregrina para o sistema Mac OS X, antes o apresenta como “o outro” sistema operativo, para “as outras” pessoas. Visto assim, o Mac OS X até parece interessante. E não deixa de ter um core Unix.
Os defensores do “software livre e aberto” – o Linux – defendem a necessidade de o governo obrigar as suas instituições a utilizar em exclusivo este sistema operativo.
A ideia até nem será má de todo, mas a curva de aprendizagem necessária para resolver os pequenos problemas do dia-a-dia de um utilizador “leigo” nas diversas versões do Linux – desde a impressão de uma folha, a instalação de uma impressora, o acesso a uma pen-drive ou a instalação de um disco externo para backup – obrigaria a muitas semanas de formação intensiva, ou à presença de um técnico bem formado para dar assistência a toda a organização. Constantemente.
O facto é que a Microsoft soube tornar-se ubíqua graças a uma estratégia de formação e de criação de necessidade no mais anónimo cidadão. Não foi pela força. Foi pela sedução. Isso já não será monopólio. Será genialidade.
Em Lisboa, aterrou o William H. Gates e numa escola do Portugal profundo foi dado por terminado o grande esforço nacional de ligar todas as escolas à Internet via ADSL.
O Bill Gates veio assegurar mais 4 gerações de fiéis consumidores dos seus produtos. Ao oferecer-se para dar formação a tanto cidadão lusitano, irá criar mais um largo grupo de utilizadores das soluções Microsoft. Já não tem tanto a ver com o problema do sistema operativo, mas muito mais com o conjunto vasto de aplicações que cada vez mais gente utiliza de bom grado e com óptimos resultados.
Um grupo de pessoas tentou efectuar uma acção de protesto pelo monopólio do Windows, tentando forçar a ideia de que o monopólio do Linux é muito mais libertador.
Dá para rir… Nem o Steve Jobs defende essa ideia peregrina para o sistema Mac OS X, antes o apresenta como “o outro” sistema operativo, para “as outras” pessoas. Visto assim, o Mac OS X até parece interessante. E não deixa de ter um core Unix.
Os defensores do “software livre e aberto” – o Linux – defendem a necessidade de o governo obrigar as suas instituições a utilizar em exclusivo este sistema operativo.
A ideia até nem será má de todo, mas a curva de aprendizagem necessária para resolver os pequenos problemas do dia-a-dia de um utilizador “leigo” nas diversas versões do Linux – desde a impressão de uma folha, a instalação de uma impressora, o acesso a uma pen-drive ou a instalação de um disco externo para backup – obrigaria a muitas semanas de formação intensiva, ou à presença de um técnico bem formado para dar assistência a toda a organização. Constantemente.
O facto é que a Microsoft soube tornar-se ubíqua graças a uma estratégia de formação e de criação de necessidade no mais anónimo cidadão. Não foi pela força. Foi pela sedução. Isso já não será monopólio. Será genialidade.
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