terça-feira, novembro 30, 2004

Solução para a Dissolução

Eis que Sampaio despachou Santana.
Eis que Santana terá que explicar ao Portas o problema da incubadora de família.
Há quem ache que Sampaio deu corda ao Santana para se enforcar com alegria. Assim o fez.
Os boys já andam à procura de soluções para essa dissolução; quer os que estão de saída, quer os que já estarão a arrumar os papéis para entrar.
Mudarão os palhaços. O espectáculo continuará triste.
Soares fará 80 anos de sebo político, rodeado de amigos ufanos e felizes.
Sócrates pensará novas teorias de abordagem ao poder.
Santana e Portas já andam de calculadora na mão.
Portugal segue dentro de momentos...

sexta-feira, novembro 19, 2004


E foi assim que se fez festa numa noite de alegria e boa disposição,
com várias gerações de murtoseiros divertidos...

Desnobelizar?

Há uns britânicos que querem retirar o Prémio Nóbel ao nosso vizinho Egas. Acusam-no de ter criado uma técnica cirúrgica que piorou a qualidade de vida a milhares de seres humanos, transformando-os em vegetais apáticos. (creio que alguns ainda andam no governo...).
Por mim, podem retirar-lhe o Nobel à vontade... o Egas já nem se deve importar muito.
O facto é que o senhor enquanto foi deputado do reino, impediu que a Murtosa pudesse tornar-se concelho independente de Estarreja. Só em 1926 é que se conseguiu esse sonho.

Mas... há outro "nóbeis" que também podem ter alguns problemas... basta lembrar algumas figuras vivas ou já falecidas que os receberam pelos seus esforços "de Paz"... ?

Náusea

Peço desculpa aos meus dois ou três leitores por ter esta coisa estar tão parada e sem ideias.
Estou numa das minhas fases de náuseas profundas. Sinto uma enorme náusea política-cívica-social-religiosa-tecnológica-educativa-humana, que me tem deixado completamente prostrado.
Sempre que ouço um político só páro na sanita aos vómitos. Quando leio promessas de renovações (seja de que tipo for...) fico completamente agoniado. Quando leio pareceres e opiniões de entidades e "opinion makers" fico louco com cefaleias muito prolongadas.

Por isso, e para não escrever ainda mais coisas que possam provocar incómodo (a mim ou a terceiros), tenho-me abstido dessas tentações.
Espero que passe.
O Natal está aí e, com ele, a minha habitual depressão de época.
Esperemos por melhores dias... um dia.
Quem sabe?

sexta-feira, outubro 15, 2004

Mundos

Cedo se conheceram e cedo se amaram.
Cedo se juntaram e ainda mais cedo se abandonaram.
Deles ficou apenas o cedo.
Deste resto, que nem resto seria se não houvesse quem ficasse para contar a história, sobrou uma vida sem tempo e sem pressa e sem conhecer a razão que a criou.
São estas vidas que fazem uma parte da Murtosa em que vivemos e a quem todos os dias viramos a face. Nem por isso deixam de viver sem tempo e fora do nosso tempo.
Espanta-me sempre que estas vidas estejam em galáxias tão longe do meu mundo. Sim, eu também sou um dos que viram a face, mesmo quando escrevo estas palavras cheias de conforto e pantufas do meu mundo.
Quando tenho que olhar nesses olhos sem tempo fico sem saber se estou no presente ou num tempo que não existe para além da minha dimensão.
Ouço-lhes as palavras e as ideias, penso como são estranhas à minha realidade e fico sem capacidade de resposta.

Hoje apareceu-me um rapazito. Um garoto em corpo de gente crescida. Olhar duro, palavras curtas, jeitos medrosos de quem não quer ouvir nem ser ouvido. Era minha obrigação fazê-lo ouvir coisas em que ele não estava interessado. Ouviu-me com os olhos distantes e os nervos a crescerem a cada som da minha boca. Continuou a ouvir-me sem mostrar interesse, cada vez mais longe.
Já na recta final das minhas palavras sem interesse, surgiu um interesse por ele e pela família. Não... já não ia ao rio... era o irmão mais velho que ia... e o outro também. E o pai? Esse não podia ir... tinham-lhe metido bruxedo na bateira. Sempre que entrava na bateira, não se pescava nada. Saindo da bateira, o peixe regressava. Assim, os irmãos pescam (ele também) e o pai anda na bruxa a desfazer o feitiço que lhe lançaram por inveja.

Caí do meu mundo.
Caí no dele.
Para quê as minhas palavras quando os mundos são tão diferentes?
Como chegar a este mundo sem o rasgar em bocados e desfazer as vidas que nele se movimentam?
Que pasto é este que alimenta tanta charlatanice viçosa?
Que está a falhar neste circuito de mundos paralelos e contínuos?

Olhei para o calendário, só para me certificar.
Sim... estamos em 2004... na Murtosa... em Portugal.

Estaremos...?