segunda-feira, fevereiro 20, 2006

Não nos parece correcto o que é publicado pelos blogs da Murtosa sobre as afirmações do José Augusto Tavares Gurgo e Cirne e as respostas veiculadas por mim e pela Mesa Administrativa como resposta às insinuações por ele publicadas. Não há arrogância nem capricho, muito menos desejo de “manter o poder a todo o custo.” Antes, pelo contrário, os lugares nos órgãos sociais da Irmandade estão sempre ao dispor dos seus irmãos e, por força do Compromisso/Estatutos, em qualquer momento que assim o desejem.

São falsas e tendenciosas as afirmações sobre atitudes de tirania ou controlo absoluto. O actual Provedor, ao contrário de outrora, nem sequer abre o correio… apenas o recebe devidamente registado e classificado pelos serviços administrativos. É falso que o responsável pelo aprovisionamento seja um segurança: é apenas um funcionário que se preocupa com o aprovisionamento das diversas valências da Santa Casa controlando a despensa. Só isso. Se namora com a Directora do Lar, é um problema pessoal a que a Instituição é alheia. Ou deveria o Provedor proibir tal acontecimento? Creio que não. O referido funcionário dormiu durante alguns meses num quarto do sótão da Santa Casa. Esse facto fez com que ele auferisse um vencimento inferior como desconto pela utilização desse quarto. Não dormiu na santa casa para controlar fosse o que fosse, tendo até ajudado as funcionárias em momentos de falecimento de utentes durante a noite.

É falso o preço exorbitante pago pela aquisição de um computador. Foram adquiridos nesse ano nada mais que 8 computadores e impressoras e instalado um servidor e respectiva rede informática para fazer face às necessidades. Os computadores pré-existentes eram insuficientes e ineficazes para o trabalho que era requerido. Foi nesse ano que a Contabilidade passou a ser feita dentro dos serviços administrativos e não fora.

O Infantário tem uma direcção administrativa e uma direcção pedagógica nomeada pela Mesa Administrativa em que a Directora Pedagógica é a Educadora Alcina. A Direcção Administrativa cabe, por inerência de funções, à Directora Técnica do Lar que, por excesso de trabalho, pediu ao Provedor que delegasse essas funções noutra pessoa. Anteriormente a delegação de funções era atribuída a uma educadora. Esse facto obrigava a um encargo monetário para a Instituição. O Provedor, por decisão unânime dos restantes membros da Mesa Administrativa, delegou essa tarefa na D.Dulce Vasconcelos, minha esposa. Este trabalho é feito a nível voluntário, sem qualquer encargo para a Instituição. Hoje, o Infantário está quase em lotação máxima, fruto da qualidade pedagógica e das instalações que oferecemos às crianças. Perguntem às Educadoras e às Auxiliares da Acção Educativa se vêem nisso prejuízo para o Infantário ou se o trabalho da Dulce tem sido negativo para o Infantário.

O Apoio Domiciliário tem 30 utentes e não 3… uma ligeira diferença. Funciona 24 horas por dia e tem um sistema de atendimento e triagem durante a noite, em que uma equipa pode deslocar-se a casa do utente se se verificar ser necessário ou encaminhar a urgência para os Bombeiros.

Não há diferendos com o pessoal. Há ajustamentos e obrigações a cumprir de acordo com os normativos legais em vigor. Os horários têm sido ajustados de acordo com as necessidades dos utentes e dos serviços que temos que prestar, tendo em conta as dificuldades que todos sentimos.
Creio que as coisas estejam bastante equilibradas neste momento.

Exerci durante algum tempo as funções de assessor para a informática da Câmara Municipal da Murtosa. Nessa altura informatizei os serviços camarários, num tempo em que as redes informáticas apenas existiam nas universidades e em organismos de topo. Formei os colaboradores da autarquia ensinando-os a utilizar ferramentas informáticas como o Word e o Excel e o FileMaker. As Actas passaram a ser informatizadas. Os vencimentos passaram a ser processados informaticamente; o consumo de água passou a ser facturado e controlado. As aplicações informáticas foram desenvolvidas por mim. E pagavam-me 30 contos por mês. Oito anos mais tarde estava a receber 60 contos por mês. A Universidade do Minho queria 4000 contos para fazer uma aplicação informática e sem qualquer apoio.

Na Santa Casa instalei a rede informática, os computadores, as aplicações feitas por mim, dou assistência aos computadores e impressoras, dou alguma formação às funcionárias quando precisam. Sempre gratuitamente.

O espólio bibliográfico existe, intocado, está registado em base de dados, está presente nas estantes da Biblioteca, bastando visitá-la, consultar a base de dados, ver os livros, tocar-lhes se tiverem dúvidas. Nunca de lá saíram.

A minha falecida mãe foi utente do Centro de Dia da Santa Casa antes de eu ser provedor. Logo que fui eleito ela nunca mais frequentou os serviços da Santa Casa, exactamente para não haver aproveitamentos desse facto.

O que o José Augusto Tavares Gurgo e Cirne deseja é manchar o bom nome da Instituição e o meu. Atingindo-me, espera criar dúvidas nas pessoas, de forma a poder travar a sua guerra pessoal. O José Augusto nunca dará a cara em público nem nunca colocará de viva voz os seus problemas. Ele prefere atirar as pedras de longe e deixar as dúvidas no ar.

Na Santa Casa da Misericórdia da Murtosa não há dúvidas. Somos pessoas honestas, íntegras, correctas e fazemos o nosso melhor de forma voluntária e sem qualquer recompensa. Não merecemos a lama que o José Augusto nos atira nem a Santa Casa precisa dos seus conselhos.

A minha afirmação sobre a cobardia dele é um facto. Ele ser cobarde, também é facto. As afirmações dele sobre mim e sobre o meu trabalho na Santa Casa são mentiras fabricadas por ele e que serão desmistificadas na próxima Assembleia Geral do dia 19 de Março de 2006, Domingo, pelas 13:30.

Como já disse, a Santa Casa está muito acima e para além de todos os seus provedores. E a minha presença nos órgãos sociais da Irmandade só se verificará enquanto os irmãos assim o desejarem. Ser provedor é, de facto, uma honra. Assumo-o com a humildade com que sempre assumi outros cargos ao longo da minha vida. É uma responsabilidade que assumi conscientemente mas à qual não estou agarrado como um desesperado.

Tenho uma carreira de 20 anos de docência de que muito me honro e de 9 anos em órgãos de gestão. Faço o melhor que sei e posso, sempre com a clara consciência de não ter feito tudo.

A Murtosa merece muito mais que pessoas vis como o José Augusto Tavares Gurgo e Cirne.