Por vezes ponho-me a pensar como seria a Murtosa se, nos momentos-chave da vida, ela tivesse tido pessoas com mais capacidade de visão e coragem para tomar algumas decisões.
São muitos os episódios estranhos que envolveram esta terra.
Eis alguns:
Em 1930 foi oferecida à Murtosa a possibilidade de construir um “Dispensário Anti-Tuberculoso” e um “Ninho de Pequenitos”. Esta oferta foi negociada pelo Carlos Barbosa com o médico Bissaya Barreto. Tudo se conjugava para que as coisas pudessem avançar, tendo a Murtosa que providenciar o local da construção e a futura gestão destes equipamentos. Numa reunião convocada para o efeito, estiveram presentes a Mesa Administrativa da Santa Casa da Misericórdia, o Presidente da jovem Câmara Municipal, os párocos das freguesias, os presidentes das Juntas e outras pessoas ligadas ao comércio.
Todos foram unânimes em considerar que seria um passo importante para a Murtosa. Mas, como o equipamento seria apenas em parte da Murtosa, o resto seria propriedade do estado, todos temeram que, um dia, esse equipamento pudesse ser vendido pelo Estado ou cedido a outras pessoas. Assim, e apesar de haver cerca de 50% do dinheiro necessário, foi resolvido agradecer a oferta, mas declinar a ideia.
Hoje todos sabemos o que é a Fundação Bissaya Barreto. Ela poderia ter tido um papel importante na Murtosa… quem sabe?
sexta-feira, dezembro 31, 2004
Fim de Ano
Com o frio da manhã não há grande espaço para o surgimento de ideias interessantes. Os dedos ficam enregelados e doem ao bater nas teclas do computador, o ecrã embacia-se com o vapor de água da respiração.
Aqui, neste ocidente de Europa, as dores da tragédia ocorrida na Ásia só chegam como eco longínquo, como se fosse uma história de outros.
O arrumador de carros, a tiritar de frio, vai tentando convencer um ou outro condutor mais apertado de horas a estacionar onde lhe indica, com a esperança de meter ao bolso mais uma ou outra moeda.
Por entre o gelo da manhã, passam centenas de pessoas apressadas para os empregos das oito, rostos fechados e incomodados com o frio que corta. Os carros passam indiferentes a este povo, transportando outras pessoas que, em breve, se juntarão àquelas que caminham nos passeios. O arrumador, de cigarro ao canto da boca e de mãos nos bolsos de um casaco roto e gasto, vai acenando aos condutores a convidá-los a ocupar o espaço vazio que ele reserva.
Sai dos portões do grande hospital metropolitano uma carrinha funerária, transportando alguém que deixou o mundo neste fim de ano. Pelo mesmo portão entram outras centenas de pessoas que procuram remédio e cura para os seus males. Portões que parecem engolir toda essa gente anónima em busca de solução.
Passa a máquina de limpeza de ruas, lenta, barulhenta, indiferente ao sofrimento que lhe passa ao lado, sempre limpando a cidade, sempre zelando pelo bem estar dos povos organizados na grande cidade.
Aqui, do alto do monte, tudo parece mais urgente. O mundo ganha nova dimensão, o sofrimento adquire rosto, carne, corpo, dedos que se estendem. O arrumador surge como um semi-deus que conhece os segredos da criação. Os ecos do horror chegam mais fortes e audíveis. Tudo se transforma nesta gelada manhã de fim de ano.
Aqui, neste ocidente de Europa, as dores da tragédia ocorrida na Ásia só chegam como eco longínquo, como se fosse uma história de outros.
O arrumador de carros, a tiritar de frio, vai tentando convencer um ou outro condutor mais apertado de horas a estacionar onde lhe indica, com a esperança de meter ao bolso mais uma ou outra moeda.
Por entre o gelo da manhã, passam centenas de pessoas apressadas para os empregos das oito, rostos fechados e incomodados com o frio que corta. Os carros passam indiferentes a este povo, transportando outras pessoas que, em breve, se juntarão àquelas que caminham nos passeios. O arrumador, de cigarro ao canto da boca e de mãos nos bolsos de um casaco roto e gasto, vai acenando aos condutores a convidá-los a ocupar o espaço vazio que ele reserva.
Sai dos portões do grande hospital metropolitano uma carrinha funerária, transportando alguém que deixou o mundo neste fim de ano. Pelo mesmo portão entram outras centenas de pessoas que procuram remédio e cura para os seus males. Portões que parecem engolir toda essa gente anónima em busca de solução.
Passa a máquina de limpeza de ruas, lenta, barulhenta, indiferente ao sofrimento que lhe passa ao lado, sempre limpando a cidade, sempre zelando pelo bem estar dos povos organizados na grande cidade.
Aqui, do alto do monte, tudo parece mais urgente. O mundo ganha nova dimensão, o sofrimento adquire rosto, carne, corpo, dedos que se estendem. O arrumador surge como um semi-deus que conhece os segredos da criação. Os ecos do horror chegam mais fortes e audíveis. Tudo se transforma nesta gelada manhã de fim de ano.

quinta-feira, dezembro 30, 2004
Murtosa Efervescente !!!
Está declarada aberta a época de blogs na Murtosa!
Mais um bateu no email.
O link está ali ao lado.
Este vale a pena.
Façamos votos que todos estes blogs continuem por 2005 dentro.
Isto promete...
Mais um bateu no email.
O link está ali ao lado.
Este vale a pena.
Façamos votos que todos estes blogs continuem por 2005 dentro.
Isto promete...
Murtosa Efervescente ?
Bateram na minha caixa de correio mais dois blogs da Murtosa, ou pelo menos assim parecem.
Ficam registados nos links murtoseiros.
Sublinho, com algum agrado, o facto de haver opinião a circular nos blogs.
É positivo.
Mesmo que sejam opiniões controversas.
Isso é ainda mais positivo.
É do diálogo que nascem ideias novas e mais construtivas.
Venham mais cinco!
Ficam registados nos links murtoseiros.
Sublinho, com algum agrado, o facto de haver opinião a circular nos blogs.
É positivo.
Mesmo que sejam opiniões controversas.
Isso é ainda mais positivo.
É do diálogo que nascem ideias novas e mais construtivas.
Venham mais cinco!
terça-feira, dezembro 28, 2004
Venham mais cinco!
Só hoje descobri mais um novo blog da Murtosa.
Mais um a fazer a ponte Monte-Murtosa.
Parabéns, juventude!
Venham mais cinco.
Ideia novas, irreverentes, incómodas para alguns. É o que a Murtosa está a precisar com urgência.
(Só um conselho de velho professor: tentem corrigir alguns erros. Mesmo que não acreditem, o vosso blog é lido em muitas partes do mundo, pelo que convém ter algum cuidado com a ortografia - palavras bem escritas.)
Mais um a fazer a ponte Monte-Murtosa.
Parabéns, juventude!
Venham mais cinco.
Ideia novas, irreverentes, incómodas para alguns. É o que a Murtosa está a precisar com urgência.
(Só um conselho de velho professor: tentem corrigir alguns erros. Mesmo que não acreditem, o vosso blog é lido em muitas partes do mundo, pelo que convém ter algum cuidado com a ortografia - palavras bem escritas.)
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