No meu tempo não se queria ser militar. Eu que o diga. Tentei ser marinheiro e fui impedido por falta de alguns quilos e alguns centímetros. Ainda me lembro da figura que fazia, pequenito nú, no meio daqueles matulões. Nunca passei além da inspecção por médicos atentos que tiveram a honradez de me informar sobre o sofrimento que resultaria da minha teimosia em aparecer no Alfeite com uma farda tão pequena. E não aceitaram a minha teimosia.
O contrário aconteceu quando me apresentei na inspecção para o serviço militar obrigatório. Não hesitaram um momento em considerar-me apto para todo o serviço militar qualquer que fosse a farda escolhida. Aqui não escolhia farda. Era obrigado ao fardo. Como militar, militei.
E, ao longo da vida, não deixei de militar por uma ou outra causa. Frequentemente tentava juntar-me a outros que via a militar pelas mesmas causas. E fui ganhando o vício de acompanhar os meus amigos nas suas viagens pelos partidos e organizações. Ou pelas escolas. Ou pelas terras. Fui andando ao lado dos meus amigos e estes eram dos que tinham causas e não tinham poder.
A favor de que causas Manuel Arcêncio é militante? Se outras não adivinhássemos, temos a Murtosa como causa.
AM