domingo, julho 03, 2005

Do Aveiro Digital à Humanização

Durante os dias 1, 2 e 3 de Julho decorreu no Pavilhão de Feiras e Exposições de Aveiro a Exposição dos Projectos do Programa Aveiro Digital.

Foram 3 dias de intenso trabalho de partilha, discussão, análise e de reavaliação das tarefas desenvolvidas por cada um dos parceiros. Foram apresentados os trabalhos desenvolvidos até esta data e mostrados os pontos fortes e fracos de cada projecto. Estes dias serviram para uma verdadeira autoavaliação do estado dos projectos.

Percebeu-se a qualidade que enforma os diversos resultados apresentados e apreendeu-se o valor, interesse e a sustentabilidade futura das ideias que estão a ganhar força no terreno.
Para além das palavras ouvidas da boca do senhor ministro da ciência, tecnologia e ensino superior, Professor Doutor Mariano Gago que aponta o futuro como sendo um tempo de qualificação dos cidadãos, inseridos numa rede comunitária de aprendizagens partilhadas e colaborativas, vimos ideias de como o amanhã pode assumir uma qualidade humana de nível superior.

Muitos projectos procuram a implementação de soluções informáticas que permitam que os seus beneficiários acedam a novos serviços de forma mais célere, transformando esses serviços sociais em realidades mais transparentes e eficazes. Esta mutação de hábitos permitirá um acréscimo de cidadania, já que novos processos conduzirão, certamente, a novos cidadãos.
Havendo uma tão clara aposta nas cidades e regiões digitais dos diversos governos, o exemplo de Aveiro deve ser tido em consideração na formatação de futuros modelos de gestão e de orientação programática.

Aveiro, mercê da sua Universidade, da PT Inovação, da Associação dos Municípios da Ria, das colectividades, tecido empresarial, escolas e instituições, tem sido pioneira na busca e experimentação de tecnologias. Para a história ficam os DTS (Demonstradores de Tecnologias e Serviços) da PT (CET), a BBS RIA, o WOLF, o projecto TRENDS, o FORMARE, o Prof2000 e muitos outros que foram servindo de alicerce aos dias de hoje.

Nada surge do nada.
Tudo nasce de algo.

A realidade do Aveiro Digital é a coroa de glória de quem apostou uma carreira e uma vida na inovação, na cidadania responsável e partilhada, e que tem tido sempre a visão do que deve ser a vida humana imersa na tecnologia.

Importa, agora, caríssima Engenheira Lusitana Fonseca, o próximo passo lógico: a aposta nas redes humanas como garantia de sustentabilidade de todos os projectos que hoje temos a funcionar.

Importa apoiar e estimular o aparecimento de soluções para a criação de respostas sociais, também elas transparentes e modernas. As autarquias estão envolvidas na criação das suas cartas sociais, na descoberta da sua rede social. O Aveiro Digital deve reflectir nesta realidade e, depois de termos a cartografia digital implementada, poderá estimular a criação de redes intermunicipais de solidariedade e de cidadania.

A capacidade técnica existe – está patente nos projectos existentes. A rede colaborativa já deu os primeiros passos – basta ver o que os 11 municípios da AMRIA conseguiram realizar em tão pouco tempo. Precisamos, agora, do impulso criador da rede humana da AMRIA.

Era isto o que as minhas poucas palavras quiseram transmitir no dia 2 de Julho e que não conseguiram tão claramente.