quarta-feira, setembro 08, 2004

S.Paio

Aqui ficam algumas imagens desta festa concelhia murtoseira.
É uma festa que se insere numa longa tradição popular que, ao longo dos anos, foi saindo da esfera do voluntarismo popular e passou para as mãos da autarquia.
Há quem tenha dito que era mais uma expressão de "panem et circensis". Até pode ser. Mas, o facto é que deixou de ser uma simples festa e passou a ser um barómetro da capacidade organizativa da edilidade. E isso é terrivelmente redutor.
Sendo uma expressão popular, como todas as festas está desvirtuada pelo peso comercial dos feirantes. Os negros das estatuetas diversas, os peruanos das canas sopradas, as malas Louis Vitton, os milhões de chapéus, sapatos, máquinas, motociclos, etc, transformam a avenida num encontro de gentes e culturas que pouco dizem à tradição.
Registe-se como positivo a continuação das regatas de moliceiros e as rusgas populares na noite do santo. Registe-se como negativo a pimbalhada de péssimo gosto que noite após noite poluiu a Torreira.
Dizem que se gastaram o equivalente a 14 mil contos nestes dias de festa.
Excesso? Para mim, sem dúvida. Lamento tanta despesa quando a poucos metros da festa vive uma família numa barraca onde chove e onde vive uma criança com deficiência física.
Porém, para muitos outros foi uma festa "poupadinha".
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