O ano lectivo lá vai decorrendo com saltos e sustos e muita gritaria. Voam objectos de ausência dos mais diversos tipos, desde atestados médicos, consultas em ambulatório, filhos com vírus, pais idosos, creches com horários, centros de dia com horários, viagens com atrasos. Tudo serve para desculpar a ausência.
Os horários-semanários dos docentes contêm algumas novidades, desde tempos para substituir os que nos atiram os objectos de ausência, a tempos para reforço das aprendizagens obtidas nas aulas e a clubes para ocupação e enriquecimento dos alunos.
Ninguém os quer… os alunos detestam as substituições… os pais querem os meninos do 1º ciclo em casa o mais cedo possível… os professores sentem-se “coisas” nessas actividades.
Esta gestão autonómica que nos foi oferecida pelo Ministério veio cheia de veneno. Os professores rejeitam o presente e espezinham-no. Os alunos não o desejam.
A armadilha está lançada e todos caiem nela. Os alunos provam que não querem aprender nem reforçar essas aprendizagens. Muitos pais não desejam que os filhos tenham mais tempo na escola, pois os filhos dizem que não querem. Os professores alegram-se pois provam que a opção/imposição do ministério é indesejada por todos.
Daqui a alguns meses o Ministério irá mostrar que estamos muito enganados, pois ir-nos-á esfregar na cara os resultados dos diversos exames… e então iremos perceber que as vítimas são os alunos e os carrascos os professores.
Solução?
As escolas DEVEM escolher os seus professores e depois prestar contas e assumir as consequências. Acabem com os quadros de escola e os de zona pedagógica. Assumamos a docência como profissão e não como emprego seguro.
Senhores Secretários de Estado: contratos de autonomia para as escolas. Já!