Apesar de o/a Gaivota Saltitante me acusar de ser do contra, não posso deixar de escrevinhar estas linhas a propósito do Blog do glorioso 190.
Publicam a foto do “Pedro”, um dos raros casos sérios de escutismo da Murtosa. Sério, porque o Pedro sempre viveu e sofreu o escutismo, e ama cada momento em que veste a farda. A sua disponibilidade deveria merecer rasgados elogios de quem do escutismo tem feito modo de vida.
Não será o melhor e o mais sábio dos escuteiros, mas foi sempre, para mim, uma figura muito querida do movimento escutista. Ele simboliza o que de mais puro e inocente haverá no escutismo. Apesar da idade, o Pedro ainda é criança e sente o escutismo como uma mística inefável a seguir ao longo da vida. Mesmo nos momentos mais tristes da vida do Pedro, ele sempre considerou o escutismo como um refrigério para as suas dores e dúvidas.
Se o 190 mereceu (e merece) a medalha de ouro do município, o Pedro merece uma parte dessa medalha pois, ao longo dos 75 anos do Agrupamento, o Pedro marcou presença em boa parte deles e viu muitas gerações a entrar e a sair do Agrupamento sem que isso pusesse em causa as suas crenças.
Serão crenças simples. Mas, Baden Powell nunca imaginou o escutismo como uma escola de elites, mas uma base de partilha e de camaradagem aliada a conhecimentos técnicos e ao amor pela natureza. Isso o Pedro sempre soube compreender e praticar. Com simplicidade. Servindo, algumas vezes, de bode expiatório para os erros de outros mais capazes. Mas, e por isso mesmo, tem sido sempre o melhor dos escuteiros.
Está o 190 de parabéns por todos estes anos de bom e efectivo trabalho em favor dos jovens.
Está o 190 de parabéns por ter ressuscitado um fantástico grupo de “velhas guardas” que sempre honraram o escutismo em todas as suas vertentes e que, agora, ainda têm muitíssimo para dar e construir.
Não desistam. Nunca.
Aceitem uma canhota de um velho caminheiro.
Sempre a servir.