quinta-feira, dezembro 23, 2004

To be...

Diz a ministra da educação nacional que tenciona passar a decreto o ensino obrigatório da língua inglesa a partir do 1º Ciclo do Ensino Básico – 3º e 4º anos.
Esquece a douta demissionária que a esmagadora maioria das escolas já fazem isso há alguns anos, à sua custa, à custa dos pais, à custa de muita carolice.

Não é má a ideia, não senhor. Mas, quem lê isto nos jornais e não conhece a realidade, irá pensar que seja algo de profundamente inovador e revolucionário.

Resta saber em que condições é que esta actividade lectiva irá decorrer. Estranho tanta bondade, já que a realidade das escolas é uma luta constante contra os ataques economicistas do ministério da educação. O mesmo que agora vem dizer que vai alargar os cordões à bolsa. Será apenas porque as eleições estão a chegar?

Se querem a minha opinião, seria mais vantajoso para as escolas uma maior autonomia financeira e pedagógica, bem como a colocação de psicólogos escolares ou clínicos nas escolas.

A EBI da Torreira oferece Língua Inglesa, Educação Física e Educação Musical a todos os seus alunos (do pré-escolar até ao 4ºano do 1º CEB) desde o primeiro dia do seu funcionamento, nunca tendo feito disso alarido nem notícia.

O Infantário da Santa Casa da Misericórdia da Murtosa oferece (gratuitamente) Sensibilização à Língua Inglesa, Iniciação Musical e Educação Física e Motora a todas as suas crianças, desde o Infantário até ao ATL. Sem nunca ter feito alarido ou notícia nos jornais.

Portugal gosta muito de foguetes. Os nossos governantes adoram que as suas fotos apareçam nos jornais (enche os dossiers de recortes agradáveis). Mas há quem trabalhe em silêncio.

Ainda bem.